Com uma existência entre a História e a Lenda,
considerada uma das matriarcas do Pernambuco,
Branca Dias é, no século XVI, no Brasil, a
primeira mulher portuguesa a praticar «esnoga»,
a primeira «mestra laica» de meninas e uma das
primeiras «senhoras de engenho». Oriunda de
Viana do Castelo, denunciada pela mãe e pela
irmã e presa pela Inquisição nos Estaus, em Lisboa,
Branca Dias embarca para o Brasil com
sete filhos, juntando-se ao marido, Diogo Fernandes,
vivendo ambos entre Camaragibe e Olinda,
onde lhe nascem mais quatro filhos e educa uma
enteada. Com a primeira visitação do Santo Ofício
ao Brasil, em finais do século XVI, filhos e
netos de Branca Dias são presos sob a acusação
de reconversão ao judaísmo e enviados para
Lisboa, para onde terão seguido igualmente, presume-
se, os ossos de Branca Dias, a fim de
serem queimados no Rossio em auto-de-fé.
No presente romance, Branca Dias rememora a sua vida, da infância no Minho à velhice em Olinda, passando pela sua prisão em Lisboa, pela existência perturbada no engenho de açúcar, pelo levantamento da casa grande de Camaragibe e da casa urbana da rua dos Palhares (ainda hoje existentes), pelo convívio com Duarte Coelho, primeiro capitão donatário do Pernambuco, pela morte de Pedro Álvares da Madeira, comido pelos tupinambás, pelo candomblé dos escravos pretos, pelos terrores de uma nova geografia e de uma nova fauna, pelo martírio do povo miúdo português no Novo Mundo, evidenciando assim o lado popular do heroísmo quotidiano, exultante e aziago, miscigenador e dizimador, generoso e rapace, dos primeiros colonos portugueses no Brasil.
No presente romance, Branca Dias rememora a sua vida, da infância no Minho à velhice em Olinda, passando pela sua prisão em Lisboa, pela existência perturbada no engenho de açúcar, pelo levantamento da casa grande de Camaragibe e da casa urbana da rua dos Palhares (ainda hoje existentes), pelo convívio com Duarte Coelho, primeiro capitão donatário do Pernambuco, pela morte de Pedro Álvares da Madeira, comido pelos tupinambás, pelo candomblé dos escravos pretos, pelos terrores de uma nova geografia e de uma nova fauna, pelo martírio do povo miúdo português no Novo Mundo, evidenciando assim o lado popular do heroísmo quotidiano, exultante e aziago, miscigenador e dizimador, generoso e rapace, dos primeiros colonos portugueses no Brasil.
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