sábado, 20 de dezembro de 2014

Opinião: "Um amor perdido" - Anna McPartlin

Um Amor PerdidoUm Amor Perdido by Anna McPartlin
My rating: 3 of 5 stars

Sabe, quem passou pela experiência, que perder alguém é algo que nos deixa no limite. Mas perder alguém para algo desconhecido é passar além do desespero.
Alexandra sai de casa um dia e nunca mais volta... O marido Tom acredita que ela está perdida algures, a sua mãe Breda sente que o coração da sua filha ainda bate, mas a verdade é terrível.

Este é o mote para mais um livro de Anna McPartlin, um livro cheio de sentimentos, que nos deixa na mesma angustia que os personagens.

Esta autora tem o dom de nos fazer chorar pelos seus personagens, de nos fazer querer que tudo lhes corra bem, de acreditar que há sempre um final feliz. Mas há coisas que estão para além do nosso alcance...

Um livro que vale bem a pena ser lido.


Opinião: "O palácio de inverno" - Eva Stachiak

O Palácio de Inverno (Catherine, #1)O Palácio de Inverno by Eva Stachniak
My rating: 3 of 5 stars

No geral é um livro interessante, embora de inicio seja um pouco cansativo e pouco estimulante, com o avançar dos capitulos a estória torna-se mais estimulante.

Um retrato da corte russa com uma imperatriz autoritária e prepotente e o medo constante de quem a rodeia. Um pedaço de história e o inicio da Dinastia Romanov.

Opinião: "As aventuras de Marina Pons" - Lázaro Covadlo

As Aventuras de Marina PonsAs Aventuras de Marina Pons by Lázaro Covadlo
My rating: 2 of 5 stars

A visão de 3 personagens sobre uma mesma vida.
marina, José (marido falecido de Marina) e Lucas (novo namorado de Marina).

Não é um livro muito interessante, mas foca-se básicamente na solidão e abandono. Marina perdeu os pais em criança e foi criado pelo tio, conhece José (trepper) e casa-se. José morre cedo e Marina passa de professora de biologia a caixeira-viajante promiscua... Conhece Lucas um motociclista sem sentido de vida e cerca de 20 anos mais novo. Na vida de Marina nada faz sentido, por vezes nem a sua própria existência.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

"Vieste como um Barco Carregado de Vento" - Maria do Rosário Pedreira

 
Vieste como um barco carregado de vento, abrindo
feridas de espuma pelas ondas. Chegaste tão depressa
que nem pude aguardar-te ou prevenir-me; e só ficaste
o tempo de iludires a arquitectura fria do estaleiro

onde hoje me sentei a perguntar como foi que partiste,
se partiste,
que dentro de mim se acanham as certezas e
tu vais sempre ardendo, embora como um lume
de cera, lento e brando, que já não derrama calor.

Tenho os olhos azuis de tanto os ter lançado ao mar
o dia inteiro, como os pescadores fazem com as redes;
e não existe no mundo cegueira pior do que a minha:
o fio do horizonte começou ainda agora a oscilar,
exausto de me ver entre as mulheres que se passeiam
no cais como se transportassem no corpo o vaivém
dos barcos. Dizem-me os seus passos

que vale a pena esperar, porque as ondas acabam
sempre por quebrar-se junto das margens. Mas eu sei
que o meu mar está cercado de litorais, que é tarde
para quase tudo. Por isso, vou para casa

e aguardo os sonhos, pontuais como a noite.

Maria do Rosário Pedreira, in 'O Canto do Vento nos Ciprestes'