As mãos estão fechadas em posição de oração. Fechada no Mosteiro da 
Esperança, Maria Francisca de Sabóia suplica a Deus que a proteja, olhe 
por si neste momento de aflição e lhe perdoe os seus mais terríveis 
pecados. Está em marcha, na corte portuguesa, um plano imparável e de 
consequências imprevisíveis. E ela é a personagem principal desta 
história de intriga, desamor e traição. A decisão estava tomada. Não 
poderia voltar atrás. Terminaria o casamento com D. Afonso VI, rei de 
Portugal, um homem deformado, gordo, de personalidade irada que nunca a 
havia procurado no leito conjugal. O próximo passo deste plano 
minuciosamente traçado seria pedir a Roma, com a ajuda do seu bom amigo e
 conselheiro, o duque de Cadaval, a anulação deste casamento falso que a
 havia tornado infeliz durante um ano e meio. Por fim, deposto o marido,
 casaria com o infante D. Pedro, seu cunhado e assim veria concretizados
 os seus desejos de poder. Uma afronta nunca antes vista, um pecado que 
pedia, sem piedade, o castigo divino. Mas Maria Francisca de Sabóia não 
havia nascido para ser um fantoche. Nasceu para ser rainha. Contudo, a 
vida reservava-lhe ainda algumas surpresas. Diana de Cadaval regressa à 
escrita com um romance que nos leva até à corte portuguesa do século 
XVII, num momento em a ameaça espanhola é uma realidade, para nos contar
 a história de Maria Francisca de Sabóia, uma princesa francesa que, aos
 20 anos, se torna rainha e protagoniza um dos episódios mais curiosos 
da História de Portugal. 

 
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