Quando D. Estefânia saiu da igreja de São Domingos, pela mão do seu 
marido D. Pedro V, rei de Portugal, as vozes dos portugueses ditaram-lhe
 o destino: a rainha vai morta! Vai de capela! Três gotas de sangue 
haviam-lhe manchado o vestido branco imaculado. A jovem princesa alemã 
não teve forças para aguentar o peso do magnífico diadema que D. Pedro 
lhe oferecera como prova do seu amor. Um amor cúmplice, puro e 
apaixonado, entre duas almas gémeas unidas em propósito, durante 14 
meses. Apenas 14 meses8. Escrito na primeira pessoa, num tom 
confessional e recheado de emoção, a autora Sara Rodi revela-nos a 
apaixonante história de D. Estefânia Hohenzollern- Sigmaringen. Uma 
rainha que muitos portugueses viram como um anjo que lhes trouxe a 
esperança que tanto lhes faltava, sempre disposta a ajudar os mais 
pobres e desfavorecidos. Não fez mais porque morreu jovem aos 22 anos. 
Sem ter deixado um herdeiro para o trono de Portugal. Mas deixando um 
último pedido: a construção de um novo e moderno hospital que prestasse 
assistências às crianças pobres e desvalidas. O Hospital D. Estefânia. 
D. Pedro cumpriu o último desejo da sua mulher, mas o rei Muito Amado de Portugal não resistiu à morte de Estefânia e dois anos depois partiu para junto dela.
Nascida em meados do século XII, a narradora e protagonista desta 
história, filha de uma moura e de um cruzado normando, é uma mulher 
singular, que nos conduz por territórios ainda muito frágeis, de 
variadas crenças, interesses e cores. Quando Sancho I, em 9 de dezembro 
de 1185, for aclamado rei, assumindo na íntegra a pesada herança do 
fundador da nação, terá uma dramática luta pela frente, marcada 
internamente pela necessidade de segurança e organização do território, 
mas também por sucessivas catástrofes naturais, fomes, pestes, intrigas e
 conflitos constantes com a nobreza e com o clero. Ensombrado pelas 
ameaças dos reinos de Leão e Castela, pelo poderio do império almóada, e
 pela excomunhão de Roma, Portugal enfrenta o não menos difícil desafio 
de se assumir e de se consolidar como terra independente. A Esmeralda do
 Rei é uma incursão assumidamente ficcionada pelos primeiros reinados da
 História de Portugal; uma impressão do autor sobre as originalidades e 
as raízes do ser e do sentir português. Um desígnio de liberdade e de 
conquista, a busca de um lugar e de uma identidade, que se hão de 
cumprir à margem do tempo. Um mergulho às profundezas do ser humano, às 
suas origens e à sua espiritualidade, tantas vezes em confronto com as 
suas fragilidades, mistérios e interrogações. A certeza de abrir as asas
 e chegar ao infinito... 


 
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