Quando a sua amiga D. Teresa lhe contou, entre lágrimas, o terrível
segredo que guardava há anos no peito, D. Mafalda de Saboia sabia que
morreria sem nunca poder contar a verdade sobre o seu marido Afonso
Henriques. A legitimidade e consolidação do reino de Portugal, perante a
Santa Sé e o mundo, razões pela qual fora escolhida para partilhar o
destino com o primeiro rei deste reino distante, dependia de si e do seu
silêncio. Mafalda de Mouriana, filha do conde Amadeu III de Saboia,
chega a Portugal, em 1146, aos 20 anos para casar com Afonso I, que aos
37 anos, ganhara uma áurea de conquistador, graças às duras batalhas que
ia vencendo contra os infiéis. Mafalda não encontrou em Portugal a
felicidade desejada. Procura na ajuda aos mais necessitados, o amor que
não encontra nos braços violentos de Afonso, com quem mantém uma relação
distante e conflituosa. Entre guerras e conquistas, o marido preferia
cair nos braços da amante Châmoa Gomes. De si, sua legítima esposa,
procurava apenas a garantia da continuidade da dinastia que iniciara.
Tarefa que Mafalda cumpriu com honra até à data da sua morte, em 1157.
Foi mãe de sete filhos e sentou no trono Sancho I. Portugal era agora um
reino independente reconhecido pela Santa Sé. Morreu sem nunca revelar o
segredo que poderia ter mudado a história do país para sempre…
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